SAN FRANCISCO – A primeira era das redes sociais foi baseada em pessoas compartilhando publicamente suas atualizações de status, fotos e mensagens. A próxima era será uma virada de quase 180 graus, focada em comunicações privadas e criptografadas entre usuários.
A mudança foi sinalizada na quarta-feira por Mark Zuckerberg, executivo-chefe do Facebook, a maior rede social do mundo e dona do Instagram, WhatsApp e Messenger. A empresa do Vale do Silício montou o compartilhamento público para se tornar uma das empresas de tecnologia mais valiosas e agora tem 2,7 bilhões de usuários em todo o mundo.
Mas em uma entrevista e post no blog na quarta-feira, Zuckerberg detalhou os planos para integrar Instagram, WhatsApp e Messenger,para que as pessoas possam se comunicar de forma privada e direta através das redes. Isso implica uma mudança de compartilhamento público e uma plataforma aberta, disse ele.
“Estamos construindo uma base para a comunicação social alinhada com a direção que as pessoas cada vez mais se preocupam: trocar mensagens entre si em particular”, disse ele na entrevista. Ele acrescentou em seu post que, ao pensar sobre o futuro da Internet, “acredito que uma plataforma de comunicação focada na privacidade se tornará ainda mais importante do que as plataformas abertas de hoje”.
Zuckerberg disse que os fóruns públicos de comunicação popularizados pelo Facebook não irão embora. Mas ele planejou passar os anos à frente construindo sistemas e produtos que criam um tipo de “sala digital” onde as pessoas podem esperar que suas discussões sejam privadas, efêmeras e criptografadas por pessoas de fora.
“Assim como existem espaços públicos no mundo, em nossas vidas digitais também haverá equivalência desses espaços privados”, disse ele.
A mudança segue anos de escândalo para a rede social. O Facebook tem sido o centro das atenções por sua atitude negligente em relação à maneira como lida com os dados das pessoas, bem como por agentes do governo estrangeiro terem usado a plataforma para disseminar a desinformação. Os reguladores intensificaram o escrutínio das práticas de privacidade do Facebook, com a Federal Trade Commission considerando uma multa multibilionária contra a empresa por violar um decreto de consentimento de privacidade de 2011.
Crédito da Foto: Eliot Blondet / SIPA, via Associated Press
Fonte: https://www.nytimes.com