É comum que as notificações de casos de dengue sejam mais numerosas no verão, já que é nessa época do ano que o mosquito Aedes aegypti mais se prolifera. No entanto, o crescimento em janeiro deste ano, em relação ao mesmo período de 2018, colocou as autoridades em estado de alerta. O aumento de casos no país inteiro foi de 149% até o dia 2 de fevereiro, segundo dados divulgados nesta terça-feira (26) pelo Ministério da Saúde. A região Sudeste é a mais afetada, com 60% dos casos registrados. No ano passado, o Brasil registrou 21.992 casos e agora o número total chega a 54.777. São 26,3 incidências a cada 100 mil habitantes.
Até o momento, em 2019, a dengue já causou cinco óbitos, sendo um em São Paulo, um no Tocantins, dois em Goiás e um no Distrito Federal. A região Centro-Oeste, vem logo em seguida da Sudeste no ranking das mais atingidas, com 10.827 casos notificados. Depois, vem a região Norte (5.224 casos), Nordeste (4.105) e Sul (1.800). Esta última, no entanto, apresenta o maior índice de crescimento, já que, em 2018, foram 258 casos, 597% menos do que em 2019.
A alta fez com que o Ministério da Saúde emitisse um alerta, para que os órgãos públicos e a população intensifiquem o combate ao mosquito, que, além da dengue, transmite zika e chikungunya. As medidas são as mesmas: manter tampados tonéis, caixas e barris que contenham água parada, trocar a água dos vasos de planta uma vez por semana, manter garrafas e latinhas de boca para baixo e guardar pneus em locais cobertos.
Em lista recente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu a dengue como uma das dez principais ameaças à saúde em 2019.
COMO PROTEGER SEU FILHO DA DENGUE:
Dicas de Jean Gorinchteyn, infectologista do Instituto Emílio Ribas (SP)
• Para as crianças maiores de 2 anos, vale usar repelentes específicos, que protegem contra a dengue. A informação está disponível nos rótulos. “Mas não abuse. Como os produtos são fortes, é preciso ter cautela e seguir as orientações do pediatra”, diz o especialista.
• Ao usar repelente, não exagere na quantidade e não passe nas mãos e nem nas regiões com dobras, como atrás dos joelhos. Isso porque a criança pode se coçar e depois levar a mão à boca.
• Use telas nas janelas e mosquiteiros no berço, para impedir a passagem do mosquito. Lembre-se de usar o acessório também no carrinho, quando for passear com a criança.
• Se for usar calças compridas para proteger a pele das crianças, principalmente das menores, que ainda não podem usar repelente, prefira aquelas mais soltas e com tecidos naturais, como o algodão. Assim, seu filho fica protegido, sem sofrer com o calor.
• Prefira vestir a criança com roupas claras porque isso facilita a visualização e identificação do mosquito, caso ele se aproxime da criança.
Fonte: Revista Crescer
Imagem: iStock