Assim como o cinema, os videogames começaram mudos, o Magnavox Odyssey, primeiro console caseiro do mundo, era tão rudimentar que era incapaz de emitir som. Mas com o caminhar tecnológico, as coisas foram mudando e as músicas começaram a ganhar importância nos jogos. Temas musicais viraram referência. Afinal, basta ouvir as primeiras notas de Green Hill Zone e já sabemos que tem alguém jogando Sonic por perto. E quem não se lembra de temas clássicos como a músicas do Super Mario Bros. 3 e a sequência clássica de arpejos do Top Gear.
Não tardou para que clássicos da música internacional virassem tema dos jogos. Isso começou na quarta geração. Alguns jogos viraram uma verdadeira coletânea de bandas consagradas, outros, literalmente, lançaram bandas em ascensão para o mundo.
Rock and Roll Racing (Snes/Mega Drive): Clássicos do Rock regendo a destruição
Rock and Roll Racing foi um grande sucesso nos anos 1990, um incrível jogo de corrida no qual não havia regras e a carnificina corria solta. Muitas coisas marcaram este jogo, desde personagens extraterrestres até a voz marcante do narrador Larry Huffman anunciando o início das corridas com o seu clássico “Let the carnage begin”. Porém, nada marcou tanto quanto a sua trilha sonora.
Este foi um dos primeiros jogos a usar músicas já consagradas na sua trilha. Era uma coletânea com as maiores bandas da história do rock e do heavy metal. Assim podíamos escutar em formato mid canções do Black Sabbath, Deep Purple e Steppenwolf. Uma trilha tão (ou mais) empolgante que o próprio jogo.
Michael Jakson’s Moonwalker (Mega Drive): o Rei do Pop dita o ritmo do jogo
O que esperar de um jogo baseado num filme do maior astro pop da história? Nada mais, nada menos que uma trilha sonora excepcional. Assim foi com o clássico 16-bits Michael Jackson’s Moonwalker.
Tá certo que o filme não foi lá essas coisas, mas, mesmo assim, rendeu esse grande clássico do Mega Drive. Um jogo cheio de ação, em que passamos por vários cenários inspirados tanto no filme, quanto em alguns clipes do Michael Jackson.
Road Rash: apresentando ao mundo estrelas do Grunge
Lançado em 1994 para o 3DO e no ano seguinte para o Sega Saturn e PS1, o frenético jogo de corrida de moto regrado a muita pancadaria aproveitou o auge do grunge, encabeçado por Nirvana e Soundgardem, e trouxe nesta versão uma trilha recheada de expoentes do estilo, o resultado é uma das melhores trilhas sonoras de games já feita.
As bandas que regiam o jogo eram: Soundgarden (encabeçando a lista) com as músicas Rusty Cage, Kickstand, Superunknow e Outshined; Therapy? com as músicas Teethgrinder e Auto Surgery; Paw contribuiu com The Brigde, Pansy e Jessie; Hammerbox incluiu duas, Trip e Simple Passing; Swerdriver, também com duas músicas, contribuiu com Last Train to Satansville e Duel; e a última banda a contribuir foi Monster Magnetic com Dinosaur Vacume.
Crazy Taxi (Dreamcast): Offspring em um jogo alucinante
Quem já teve um Dreamcast conhece bem a sensação de colocar o GD de Crazy Taxi dentro do console, apertar o Power e ouvir o famoso “YAYAYAYAYA!” da música All I Want do The Offspring.
Além do The Offspring — com as músicas All I Want, Way Down the line e Change the World — a banda Bad Religion aparece também com as músicas Tem in 2010, Them and Us, Hear it e Inner Logic. Também a banda The Hooks contribui tocando a música Get Out.
Guitar Hero: abrindo caminho para os jogos musicais
Quando foi lançado em 2005 o Guitar Hero se tornou um sucesso avassalador, uma verdadeira mania mundial. Capaz de levar os jogadores ao mundo das estrelas do Rock, transformando-os em verdadeiros rockstars. Se você tiver a guitarra de plástico, a imersão se torna ainda maior.
A grande fórmula do sucesso deste jogo foi justamente a seleção das músicas. Um setlist lotado de clássicos do rock and roll que serviam para testar nossas habilidades com aquela guitarra de plástico. A medida que o jogador vai passando de fase a dificuldade das músicas vai aumentando. Enquanto se começa com músicas mais simples como I Love Rock and Roll de Joan Jett & The Blackhearts e I Wanna be Sedated do Ramones. E no final terá que ser habilidoso o suficiente para conseguir fazer solos clássicos como o de Texas Flood de Steve Ray Vaughan e o de Jake E. Lee na música Bark At the Moon de Ozzy Osbourne.
Música e videogames: uma relação próxima
A arte de jogar videogames começou muda — assim como a sétima arte — mas, assim que ganhou voz, a relação da música com os videogames foi cada vez mais se aproximando, com trilhas tão bem elaboradas quanto aos mais premiados filmes de Hollywood.
Atualmente, as soundtracks são tão importantes quanto o próprio jogo, elas que fazem os jogadores serem absorvidos por completo na história do jogo, no clima que este quer passar. Aproveitando músicas já consagradas esta absorção se torna maior, pois a música acaba marcando o jogador tanto quanto o próprio jogo em si.