Inteligência Artificial nas escolas: estudo aponta ferramentas que serão usadas até 2030

SESI e SENAI são pioneiros no uso de tecnologias educacionais, como realidade aumentada - Foto: José Paulo Lacerda e FIBRA

A educação deve sofrer forte impacto da inteligência artificial nos próximos anos. Estudo do Serviço Social da Indústria (SESI) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) aponta as tendências de uso das tecnologias educacionais baseadas em IA nas escolas até 2030. Uma das apostas é a expansão do uso de sistemas tutores inteligentes para ensino personalizado. A ferramenta identifica se o aluno adquiriu conhecimento sobre o tema ensinado e se está cansado ou feliz por ter conseguido resolver um problema. A partir disso, é capaz de decidir, de forma autônoma, qual a melhor estratégia pedagógica para ser utilizada em cada momento.

Como complemento desse estudo, o SESI e o SENAI reuniram, em um painel, especialistas brasileiros em inteligência artificial para avaliar a difusão dessas tecnologias nas escolas do país, entre os quais pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Grande Sul (PUC-RS), além de empresas do setor. A previsão é que, até 2030, quatro das tecnologias listadas no estudo estarão difundidas em até 50% das escolas públicas e privadas do Brasil, e uma delas, computação em nuvem, deve estar presente em até 70% das instituições de ensino.

O SESI já utiliza em suas escolas sistemas de tutores inteligentes para ensino personalizado. O SENAI possui plataforma que oferece orientação profissional por meio de inteligência artificial. A ferramenta analisa 92 características socioemocionais para traçar o perfil do usuário e indicar as profissões da indústria mais adequadas. As duas instituições também são pioneiras no uso de tecnologias educacionais, como realidade aumentada e óculos de realidade mista.

Óculos inteligentes já são realidade em salas de aula do SENAI – Foto: José Paulo Lacerda e FIBRA

Ferramentas de inteligência artificial 

De acordo com o estudo, até 2020, a tendência é o uso cada mais vez mais recorrente de recursos como processamento de língua natural (PLN), no qual um computador é capaz de entender e interpretar a linguagem humana. Com a evolução, a tecnologia permitiria, por exemplo, a um professor na Alemanha dar aula em alemão a estudantes brasileiros sem conhecimento da língua germânica.  O levantamento também prevê que a robótica educacional estará mais presente nos currículos das escolas de ensino fundamental e médio em função da diminuição dos custos. As escolas SESI são pioneiras na introdução da robótica no currículo escolar.

Além disso, o SESI é a instituição responsável no Brasil pela operação oficial do Torneio de Robótica da FIRST LEGO League, programa internacional que  fortalece a capacidade de inovação e raciocínio lógico por meio de uma experiência criativa.

O SESI é a instituição responsável no Brasil pela operação oficial do Torneio de Robótica da FIRST LEGO League, programa internacional que fortalece a capacidade de inovação e raciocínio lógico – Foto: José Paulo Lacerda e FIBRA

Criatividade computacional 

Já entre 2020 e 2030, a previsão é a utilização, nas escolas, da criatividade computacional, atualmente ligada à produção artística por meio de programação com uso de modelos matemáticos e da ótica. “Nos sistemas de ensino-aprendizagem, espera-se que as aplicações da criatividade computacional permitam, entre outras coisas, a geração de exemplos e exercícios criativos para enriquecer os conteúdos educacionais de forma online”, afirma a professora. No longo prazo, os sistemas poderão até reconhecer e avaliar atividades criativas realizadas pelo alunos.

Ela prevê ainda o contínuo desenvolvimento de ferramentas que consigam avaliar emoções dos estudantes e tomar decisões a partir da análise. O estudo aponta a utilização de óculos inteligentes, que mostram informações e interpretam comandos de voz, e de fones de ouvido capazes de traduzir conversas entre pessoas com línguas diferentes. A previsão é também a evolução dos chamados jogos sérios, técnica que utiliza características típicas dos games como pontuações, premiações e níveis de dificuldade para manter o interesse do aluno.

No Brasil, a projeção dos especialistas reunidos pelo SESI e SENAI é que a computação em nuvem, para acesso a um conjunto compartilhado de dados e conteúdos, deve ter a difusão mais rápida. Até 2020, de 11% a 30% das instituições de ensino já devem utilizá-la. Até 2027, o uso estará difundido em cerca de 31% a 50% das escolas e de 51% a 70% das instituições a utilizarão por volta de 2030.

Crédito das Fotos: José Paulo Lacerda e FIBRA

Fonte: Agência CNI de Notícias

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