Fátima deve adotar medidas “duras” ou seguirá Robinson, diz Tomba

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O deputado estadual Tomba Farias (PSDB) avaliou que a governadora Fátima Bezerra (PT) precisa tomar medidas “duras” para resolver a crise econômica do Estado, ou acabará seguindo o caminho do ex-governador Robinson Faria (PSD), criticado por não conseguir equilibrar as finanças, o que se refletiu, principalmente, nos atrasos de salários dos servidores.

“A governadora não quer tomar decisões que mexam com o bolso do trabalhador. Mas se não o fizer, o povo vai fazer com ela o que fizeram com Robinson. O ex-governador não tomou as medidas necessárias e o povo colocou ele ‘de férias’. Robinson pagou por isso [nas eleições de 2018]. Se ela não resolver esses problemas, vai estar trilhando o mesmo caminho dele”, disse Tomba em entrevista concedida ao programa “Manhã Agora”, apresentado pelo jornalista Tiago Rebolo na rádio Agora FM (97,9).

O parlamentar analisou que Fátima “não tem culpa em certa parte” dos atrasos salariais, mas que precisa tomar “medidas duras” para sanar essas dívidas. “Ou se toma as providências que tem que se tomar, ou quando for julho, agosto ou setembro, o governo não paga mais a ninguém”, projetou.

Uma das “medidas duras” vistas como parte da solução pelo deputado é o reajuste da alíquota previdenciária dos servidores – que hoje é de 11% e pode chegar, segundo Tomba Farias, a 16%.

“Hoje os inativos estão maiores que os ativos no Governo do Estado. São quase 15 mil funcionários aptos a se aposentarem em 2019, e aí vai precisar repor a maioria; vai haver aumento grande na folha dos inativos. E aí qual será a correção? Precisa haver o aumento da alíquota, não há outro caminho”, defendeu.

Tomba Farias demonstrou preocupação ao avaliar como Fátima Bezerra deve lidar com este problema. Ele lembrou que Robinson teve a ajuda de valores oriundos do Funfir, da repatriação, de precatórios, bem como de parcerias com o governo do ex-presidente Michel Temer (MDB), deixando, ao final de seu mandato, salários atrasados. O deputado enxerga que a petista não terá nenhum desses aportes, especialmente por ser oposição do governo de Jair Bolsonaro (PSL).

“Quando terminar o Carnaval, haverá um déficit de R$ 220 milhões, R$ 110 milhões de janeiro e fevereiro, e aí 50% do adiantamento dos royalties será comido. O problema é muito grave. As pessoas precisam entender que várias medidas têm que ser tomadas. Ou faz, ou não vai dar certo”.

Privatizações

O deputado Tomba Farias também se mostrou a favor de privatizações – especialmente da Universidade do Estado do RN (Uern) como maneiras de ajudar a resolver a crise do governo. Ele deu o exemplo da venda da Cosern para corroborar seu ponto de vista, afirmando que ela foi negociada por R$ 1 bilhão e que este dinheiro retornou ao Estado em quatro anos por meio de arrecadações de ICMS.

“É uma das soluções. Assim como a [privatização] da Uern. O ensino superior não é obrigação do Governo do Estado. Hoje temos 9 mil alunos, dos quais 4,5 mil vêm de estados vizinhos. Qual é a obrigação do RN com estados vizinhos? Se o Estado colocasse o aluno em universidades particulares, gastaria cerca de R$ 50 milhões por ano. Com a Uern, o RN gasta R$ 380 milhões. São números. Poderia ser uma solução para o governo de Fátima, que passaria a assumir os professores como forma de contrapartida”, sugeriu.

Imagem: José Aldenir

Fonte: Agora RN

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