O cenário atual da construção civil levou alguns clientes a procurar uma modalidade de negócio diferente, dentro do próprio setor, no Rio Grande do Norte. Pessoas interessadas em investir ou morar em novos edifícios não estão mais esperando lançamentos das incorporadoras tradicionais e se organizam para erguer um prédio. O grupo contrata uma construtora de confiança para fazer o levantamento de preço e construir, acompanha toda a obra, define materiais de acabamento, avalia propostas de fornecedores e faz o controle das contas.
Também conhecida como “de baixo custo”, a obra de condomínio fechado tem como benefício o valor final do apartamento para os que pretendem investir ou morar, segundo os organizadores. “Como não há visão de lucro no negócio, o comprador pode economizar entre 20% e 30% no metro quadrado da construção”, explica Luís Dias, consultor imobiliário que participa de um grupo como esse.
De acordo com ele, essa visão se torna ainda mais importante diante dos aumentos progressivos dos preços dos materiais. De acordo com o último Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), os preços da matéria-prima em geral cresceram 6,30%, e da mão de obra 2,45%, no ano de 2018, em relação a 2017.
“O investidor sempre compara o que terá de perdas e ganhos quando vai aplicar um montante de dinheiro. No caso da área imobiliária, a obra custeada pelos próprios condôminos, além de permitir a economia de custos, possibilita a personalização de 100% da unidade onde a pessoa irá morar. Cada um define todo o acabamento do seu apartamento. Então não há perdas, só valorização”, argumenta.
O consultor é um dos organizadores dos investidores do Edifício Solar Sinatra, que vai ser erguido no bairro de Areia Preta, na Zona Leste de Natal. Organizada e financiada pelos próprios condôminos, a construção do edifício, que terá todos os apartamentos com vista panorâmica voltada para o mar, será de responsabilidade da Escol Engenharia.
“Por se tratar de um condomínio em que nós, futuros moradores, definimos a empresa para erguê-lo, estamos seguros. Muitas incorporadoras estão em dificuldade financeira, isto coloca em risco o dinheiro do cliente que apostou nelas”, diz Eduardo Patriota, um dos investidores.
Imagem: Divulgação
Fonte: G1