Carnaval vai render R$ 6,78 bilhões ao país, estima pesquisa da CNC

Rio de Janeiro - Bloco de rua Alegria - Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil.

O carnaval brasileiro deve render este ano R$ 6,78 bilhões ao país. Segundo pesquisa divulgada hoje (15) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), esse número aumenta em 2% em termos reais (descontada a inflação) a receita dos serviços de turismo no Brasil. Será a primeira vez, desde 2015, que o país terá resultado positivo: em 2016, foi de -12,7%; em 2017,  – 6,6%; e, no ano passado, de -0,5%.

A pesquisa da CNC mostra também que o turismo, em janeiro e fevereiro, vai gerar 23,6 mil postos de trabalho temporário por causa do carnaval, em áreas como transporte, hospedagem, alimentação, no país como um todo. Será o maior contingente de temporários contratados desde 2014, quando foram abertas 55,6 mil vagas desse tipo. Naquele ano, dois fatores explicaram o elevado número de postos temporários: o carnaval foi em março e houve também eventos preparatórios para a Copa América de Futebol, em junho.

A contratação de 23,6 mil temporários no carnaval deste ano representa alta de 23,4% em relação ao mesmo período do ano passado (19,1 mil vagas). O segmento de serviços de alimentação, com 18,4 mil vagas ofertadas, deve responder por 78% das oportunidades criadas para o carnaval.

De acordo com o economista-chefe da CNC, Fabio Bentes, três fatores contribuem para tal crescimento. O primeiro é a base comparativa muito fraca porque houve três anos consecutivos de queda na receita do turismo, e qualquer reação vira rapidamente um número positivo. “A gente está vendo isso nos dados do comércio e de serviços”, disse Bentes, ao lembrar que atividades de turismo são atividades de serviços.

O segundo ponto é o dólar com valorização de cerca de 20% em relação à cotação no carnaval passado. Dólar mais alto leva o turista nacional a desistir de pacotes no exterior e acaba beneficiando o turismo doméstico. Para o turista estrangeiro, que tem a moeda valorizada, o carnaval é uma boa oportunidade de conhecer o Brasil. “Fica mais barato para ele.” A inflação baixa também favorece o fluxo interno de turistas e ajuda o setor a crescer, acrescentou Bentes.

O terceiro fator gerador de uma maior movimentação financeira para o turismo brasileiro no carnaval é o comportamento dos preços. Bentes explicou que, em função da recessão, ainda recente, e da dificuldade de resgatar o consumo de serviços não essenciais, o setor de turismo está apresentando uma dificuldade grande de repassar qualquer aumento de preço para o consumidor final. Segundo o economista, a inflação dos serviços associados ao carnaval este ano está em torno de 3,3%, menor taxa desde 2012, quando o levantamento começou a ser feito pela CNC.

“Essa conjunção de fatores não permite ao setor de serviços de turismo comemorar muito o carnaval deste ano. Mas, de qualquer forma, é a primeira vez, em três anos, que o setor vai experimentar um aumento real de receita”. Bentes ressaltou que o setor de serviços sofre muito com crises econômicas e demora a reagir. O turismo foi o último setor a sair da crise. Os demais (agricultura, comércio, indústria) já saíram. “O setor de serviços turísticos está tendo a oportunidade de sair agora [da crise]”.

Receita

O economista-chefe da CNC destacou que alimentação fora de casa, com destaque para bares e restaurantes; transporte rodoviário, e serviços de alojamento em hotéis e pousadas responderão por mais de 84% do total da receita de R$ 6,78 bilhões que o carnaval vai produzir. Em valores, os três segmentos resultarão em R$ 4,1 bilhões, R$ 859,3 milhões e R$ 774,3 milhões, respectivamente.

“O gasto com alimentação é concomitante com o feriado, enquanto as reservas em hotéis e pousadas são feitas antecipadamente”, esclareceu Bentes.

Preços

Bentes informou que os preços dos bens mais demandados no carnaval subiram 11,1% em 12 meses, por causa do aumento dos combustíveis, entre os quais óleo diesel (21,8%), gás veicular (19,9%) e gasolina (18,6%). Já os preços dos 17 serviços mais consumidos nessa época tiveram alta de 4,3%, abaixo da média histórica para o período.

O economista destacou ainda a queda de 1,7% no item excursões. As diárias médias dos hotéis e pousadas subiram 2,6%; os preços de bens e serviços demandados durante o carnaval evoluíram 6,9%, superando o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), cujo período de coleta abrange, em geral, do dia 16 do mês anterior ao dia 15 do mês de referência. A inflação medida pelo IPCA-15 dos últimos 12 meses findos em janeiro foi da ordem de 3,9%.

Crédito da Foto:  Arquivo/Agência Brasil

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br

 

 

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