A Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), filial da Rede Ebserh, deu início, na última segunda-feira, 4, à programação da Semana de Prevenção da Gravidez na Adolescência. Com o slogan Gravidez na adolescência: prevenção acima de tudo, serão realizadas ações educativas e debates acerca do assunto.
A iniciativa faz parte da Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, instituída pela Lei nº 13.798, sancionada em 3 de janeiro de 2019, e tem como principal objetivo promover ações e atividades que visam à educação dos jovens sobre a saúde reprodutiva.
Segundo a gerente de atenção à saúde da MEJC, Maria da Guia de Medeiros, a medida é um passo importante, visto que políticas públicas com foco na saúde dessa faixa etária ainda são escassas. “Para que haja progresso, a prevenção precisa ser entendida em seu sentido amplo, com foco na assistência integral dos adolescentes. É necessário que a política pública seja implementada na ponta, pelos estados ou municípios, e chegue de fato ao adolescente”, afirma.
Dados divulgados em 2018 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que o Brasil tem 68,4 bebês nascidos de mães adolescentes a cada mil meninas na faixa de 15 a 19 anos, ficando acima da média latino-americana, estimada em 65,5. No mundo, a média é de 46 nascimentos a cada mil.
Na MEJC, referência em gestação de alto risco e no atendimento à mulher e ao recém-nascido no Rio Grande do Norte, o índice de gravidez na adolescência no último ano chegou a um percentual equivalente a 13%.
A especialista lembra que a adolescência é uma fase complexa da vida. Além dos hormônios, que nessa etapa afloram, causando as mais diversas mudanças no adolescente, outros assuntos preocupam e permeiam as mentes dos jovens: escola, vestibular, profissão. “Uma gravidez neste período pode ter um efeito profundo na saúde das meninas durante a vida. Não apenas cria obstáculos para o seu desenvolvimento psicossocial, mas também está associada a uma série de riscos à saúde da mulher e do bebê”, completa.
Entre os problemas de saúde que podem acometer a jovem grávida, estão a elevação da pressão arterial e crises convulsivas (eclâmpsia e pré-eclâmpsia) e, nos bebês, a prematuridade e o baixo peso ao nascer. Além disso, a adolescente em gestação geralmente tem suas atividades escolares interrompidas. Essa característica contribui ainda mais para a vulnerabilidade social da mãe e do bebê.
Mãe de primeira viagem, M. F., de 15 anos, é natural de Natal e chegou na maternidade na última quarta-feira para dar à luz um menino. Assim como diversas mães adolescentes, a gravidez não foi planejada e, em virtude da descoberta da gestação, ela largou a escola. A adolescente conta que teve uma segunda surpresa, além da descoberta da vinda de um filho e da expectativa do atendimento do SUS. “Fiz todo o pré-natal no posto de saúde, esperava que o parto fosse cesáreo, mas aconteceu normal. É uma dor muito louca, nunca pensei que fosse assim, mas graças a Deus fui bem assistida aqui e tive total apoio da equipe de enfermagem”, afirma.
Para ter acesso à programação completa da Semana de Prevenção à Gravidez na Adolescência, clique aqui.
Imagens: Anastácia Vaz
Fonte: Ascom MEJC/UFRN