O setor da mineração movimentou R$ 164,7 milhões em operações no Rio Grande do Norte, ao longo de 2018. O valor ainda é baixo na comparação com outros estados brasileiros, porém é mais de cinco vezes maior que o registrado 10 anos atrás, em 2009, quando as operações potiguares somavam R$ 29,3 milhões. Foram 461% de aumento.
Ao longo do ano, o estado recolheu R$ 2,75 milhões, cerca de 2% do total, em Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM) – uma espécie de royalty pela atividade. Os dados foram colhidos pelo G1 no site da Agência Nacional de Mineração, na manhã desta segunda-feira (4). Em 2009, esse montante era de R$ 596,2 mil.
Apesar do crescimento na operação no estado, o valor arrecadado foi menor desde 2014.
Por mais que muitas vezes não seja lembrado como um produto fruto de minério, o produto que gera maior receita no estado é a água mineral, cujas operações somaram R$ 556,8 mil no ano passado. Em seguida, vem o calcário, com R$ 545,7 mil. Veja abaixo os 10 produtos minerais com maiores operações no Rio Grande do Norte.
- Água Mineral – R$ 667.749,58
- Calcário – R$ 647.614,92
- Granito – R$ 402.111,55
- Scheelita – R$ 308.507,24
- Tungstênio – R$ 179.753,67
- Xisto – R$ 145.845,20
- Feldspato – R$ 120.970,33
- Calcário Dolomítico – R$ 67.347,41
- Caulim – R$ 46.433,36
- Gabro – R$ 24.600,04
A porcentagem do CFEM recolhido varia de acordo com o minério explorado em cada região. Por isso, apesar de ter sido o município com maior valor em operação, tendo movimentado R$ 36 milhões ao longo do ano, com minério de água, Parnamirim teve apenas o terceiro maior no recolhimento do imposto, ficando atrás de Baraúna e de Currais Novos.
Veja abaixo os 10 município que tiveram maior arrecadação de CFEM ao longo de 2018.
- Baraúna – R$ 540.726,49
- Currais Novos – R$ 479.942,34
- Parnamirim – R$ 365.433,98
- Equador – R$ 187.003,10
- Macaíba – R$ 173.046,07
- Parelhas – R$ 127.999,72
- Bodó – R$ 126.145,25
- Lajes Pintadas – R$ 114.234,26
- João Câmara -R$ 98.744,10
- Apodi – R$ 58.092,83
Apesar de, segundo especialistas, o estado não contar com riscos de desastres como o de Brumadinho, em Minas Gerais, onde uma barragem de rejeitos cedeu, a atividade gera riscos principalmente para seus trabalhadores.
No ano passado, dois mineradores morreram durante escavação de sheelita, em Bodó, na região Central potiguar. De acordo com moradores da região, João Adelino da Silva, de 32 anos, e Jonas Eleotério Pinheiro, também de 32 anos, tentavam explodir uma rocha quando houve o desmoronamento que os atingiu.
Texto de Igor Jácome
Imagem: Hugo Andrade
Fonte: G1