A Corregedoria Geral de Justiça, com apoio da Secretaria de Tecnologia da Informação do TJRN (Setic), iniciou as atividades de capacitação e aprimoramento do Sistema de Correição Virtual. A estimativa do órgão é que 80% das correições realizadas neste ano pela CGJ sejam virtuais. “Estamos em fase de treinamento, de implantação do sistema, que permite a realização das correições de forma virtual, um grande passo para a Corregedoria, sobretudo quanto a questão de celeridade e economia”, frisa o corregedor geral, desembargador Amaury Moura (foto).
As primeiras correições do ano serão realizadas de 18 a 22 de fevereiro, começando por unidades judiciárias na região metropolitana de Natal, nos Juizados Especiais Cível, Criminal e da Fazenda Pública das comarcas de Ceará-Mirim, Macaíba e São Gonçalo do Amarante, além da comarca de João Câmara.
“Um dos focos principais é produzir um trabalho mais rápido gastando menos. A correição virtual vai nos permitir exatamente isso, notadamente nesse momento de dificuldade, de crise, que o estado como um todo tem enfrentado”, enfatiza o desembargador ao lembrar que a Corregedoria Geral criou essa ferramenta, iniciando sua implementação no final do ano passado. A intenção é ampliar essas correições para até o final do biênio, seja uma realidade em todas as comarcas do Rio Grande do Norte.
Treinamento
“A ideia é tornar o trabalho de correição e, principalmente, o apoio da Corregedoria às unidades judiciárias, cada vez mais eficiente”, comenta a coordenadora da CGJ, Karine Symonir. As atividades relacionadas ao treinamento e aperfeiçoamento do sistema serão realizadas durante o primeiro semestre deste ano. “Continuarão acontecendo as correições, mas também estaremos aprimorando cada vez mais o sistema”, adianta Karine.
A Corregedoria trabalha com foco no calendário das correições virtuais para o ano de 2019, importantes também para ouvir a opinião dos servidores e magistrados para que o aprimoramento da ferramenta possa ser construído em conjunto. “O treinamento será realizado nas unidades à medida que as correições forem sendo realizadas, para que os servidores e magistrados saibam como utilizar a ferramenta para aprimorar”, salienta a coordenadora.
De acordo com o corregedor geral Amaury Moura, o objetivo do treinamento “é permitir a familiaridade do servidor e do magistrado com o sistema. De qualquer forma é uma inovação que trás alguns aspectos técnicos, que demanda a necessidade de um treinamento, de um aprendizado para que ele possa se familiarizar com o sistema, que não funciona sozinho, o servidor tem que conhecê-lo para fazer com que ele funcione em sua plenitude”.
Correição virtual quebra o paradigma da presença física, observa juiz corregedor auxiliar
O juiz corregedor auxiliar da Justiça potiguar, Diego Cabral (foto) ressalta a lógica da inovação proporcionada pelo Sistema de Correição Virtual. “Se tira geralmente um período de dois dias a uma semana, a depender do acervo de processos daquela unidade para realizar a correição física”, observa. Esses processos são inspecionados, para no final ser produzido e entregue um relatório à unidade, por vezes contendo determinações a serem seguidas. “É uma presença física, onde o juiz da corregedoria junto com sua equipe verifica o que está acontecendo com os processos”, ressalta.
O magistrado salienta que a correição de forma digital quebra o paradigma do aspecto físico, de estar presente, até mesmo incomodando a unidade, para fazer essa mesma analise de forma remota através de um sistema, que está sendo finalizado, ainda mais aprimorado. “E realiza o mesmo trabalho da correição física na unidade, mas acompanhando os processos pelos sistemas judiciais (PJe, SAJ, GPS-Jus) e avaliando como estão os serviços das unidades à distância”.
Além disso, a virtualização desse procedimento gera maior economia, tanto de tempo quanto de recursos. Com a correição realizada eletronicamente “vão deixar de serem gastos, por exemplo: combustível para levar a equipe, diárias, papel e impressoras, isto tanto gera uma economia com deslocamento como também no aspecto do que é produzido pela correição”, pontua Diego Cabral.
Sociedade ganha
“A gente de longe vai analisar os dados estatísticos da unidade e oferecer algumas sugestões para que a vara possa aprimorar o serviço judiciário em prol da sociedade, por que no fim das contas quem ganha com tudo isso é o cidadão”, explica o magistrado.
O corregedor geral reforça que o foco da Corregedoria mudou. A ideia de que o órgão é essencialmente punitivo deve ser quebrada e a correição virtual é um complemento a este conceito. “O foco hoje é, sobretudo, orientar, a Corregedoria Geral de Justiça é um órgão de fiscalização, orientação e, quando necessário, de punição no ultimo caso, mas não é esse o objetivo. Procuramos primeiro orientar, criar normas procedimentais que facilitem o andamento dos trabalhos, mostrar como deve ser feito, para enfim poder fiscalizar”, conclui o desembargador.
Imagens: Reprodução/TJRN
Fonte: TJRN