Entrevista: Banda Stoneglass – Jovens gigantes! (Parte 03 de 03)

Jovens gigantes... Long live to rock n 'roll !!!

A aura que envolve a música rocker recobre os músicos adeptos de certa “inumanidade”. E não a toa o termo “rock star” designa aqueles que estão mais perto da condição de “deuses” do que de “mortais” comuns, alçando os mais destacados ao posto de lendas (vivas ou não). Porém, por trás de rifs, ghost notes, sofejos e acordes, estão sim carne e osso, anseios e desejos, projetos e sonhos. Nada mais homo sapien sapien do que isso.

E é esta humanidade que nos propomos a desvelar nesta terceira e última parte da entrevista/saga/viagem que fizemos com a banda fuderosamente rocker Stoneglass. Assim, brandindo um “até breve” e jamais um “adeus”, continuaremos esse papo com os integrantes, revelando aspectos do dia-a-dia e sonhos pertencentes a futuros não tão distantes. Com vocês, Stoneglass!

DIA-A-DIA:

Aproveitando, eu gostaria de saber o que vocês estão cursando atualmente, pois com a história familiar ligada a música que vocês têm e a qualidade do som que envergam no palco, é difícil imaginar vocês fazendo outra coisa (risos).

Gabriel Câmara (guitarrista) – Eu estou cursando Produção Audiovisual na UNP, mas já estou concluindo esse ano já.

Lucas Sanches (baixista) – Eu faço Audiovisual na UFRN, finado “Rádio e TV” (risos).

Abimael Dantas (vocalista) – Faço Tecnologia da Informação na UFRN.

Sammy Junior (baterista) – Sou Mestre em Linguística Teórica e Descritiva, pela UFRN.

Nesse momento todos irrompem em risadas e brincadeiras, admirados com a formação acadêmica de Sammy, que ninguém fazia ideia ou esperava que tivesse esse nível, assim como tamanha disparidade com a profissão de baterista profissional.

Bem, o Brian May, do Queen, é Doutor em Astrofísica, né?! (risos). Então porque você não poderia ser Mestre em Linguística Teórica e Descritiva? (risos). Diga para nós, por curiosidade: do que se trata?

Sammy Junior (baterista) – (risos) Bem, de forma resumida, tenho duas graduações pela UFRN: Letras e História, no que trabalho com a sociolinguística junto com a Teoria Descritiva. Aquilo que nós estamos conversando aqui, por exemplo, eu consigo estabelecer perfis e, por uma análise quantitativa e qualitativa, consigo enquadrar a gente em categorias e, por meio de padrões, estabeleço comportamentos linguísticos do grupo. Enfim, consigo estabelecer “quem é quem no Jogo do Bicho” (risos).

Caramba, é um grupo bem heterogêneo o de vocês, né?! (risos). Depois vou te mandar o áudio dessa entrevista Sammy, para você pesquisar “quem é quem no Jogo do Bicho” (risos).

Sammy Junior (baterista) – (risos) Mas dá mesmo para descobrir bastante coisa num áudio assim, com mais de uma hora (risos).

Antes de mais nada, amigos! – Foto: Acervo Stoneglass

Vou aproveitar o ‘gancho’ das formações acadêmicas de vocês, que são tão díspares da área musical propriamente dita, e provocar mais uma vez, colocar uma fleuma, fazer o papel da Yoko Ono (risos): o Gabriel no início da entrevista disse que “precisava fazer música”… e aí, música é ‘hobby’ ou necessidade?

Gabriel Câmara (guitarrista) – Para mim não é hobby não, é necessidade!

Lucas Sanches (baixista) – Acho que é os dois. Pô, necessito fazer música, independente do resto das coisas. Hoje concilio os dois, faculdade e a banda.

Abimael Dantas (vocalista) – Digo o mesmo que Sanches: eu tento conciliar, não me vejo sem estar tocando. Para mim a música é tão importante quanto uma atividade física, por exemplo, eu preciso estar fazendo. Então não me vejo sem tocar e também não me vejo sem T.I.

Sammy Junior (baterista) – Desde novo a música tem um espaço na minha vida, entende?! É um momento individual, é aquilo que me faz desopilar dos afazeres do dia-a-dia… porque a gente passa por tanta coisa, né?! Não digo nem por problemas, mas por coisas que necessitam de resoluções, e a música sempre foi meu ponto de equilíbrio, a minha necessidade da vida. Então, eu saio para tocar no final-de-semana e a questão da remuneração para mim não é tão importante, mas sim as interações interpessoais, as amizades, o Rock, aquele cenário onde se vê o público agradecendo pelo que você faz, elogiando… então a música é um modo de viver, um modo de andar.

Permitam-me utilizar o Sammy Junior (baterista) como exemplo da minha próxima pergunta. Ele já tem 34 anos e um caminho percorrido não só nas escolhas da vida adulta, mas também na música em si, onde esta já estabeleceu o seu lugar. Aos 19 ou 20 anos (idade dos outros integrantes) talvez isso ainda não esteja definido… vocês se veem, na idade dele, ainda fazendo música?

Gabriel Câmara (guitarrista) – Eu tenho certeza! (afirma categórico).

Tocando profissionalmente?

Gabriel Câmara (guitarrista) – Profissionalmente e, espero, com o Stoneglass ainda (risos). Com cover, com autoral, fazendo participações com outros artistas, o que der! E eu já trabalho com áudio (som direto e mixagem) e espero trabalhar mais ainda com áudio na parte de cinema…

Lucas Sanches (baixista) – Música para mim é uma necessidade, tanto quanto o ócio, o lazer… eu só não tenho condição de dizer agora se, no futuro, o meu sustento vai estar vindo da música, ou do audiovisual, ou de qualquer outra coisa, mas eu vou estar sempre fazendo música.

Abimael Dantas (vocalista) – Eu também, vou estar sempre na música, independente do que eu esteja fazendo… seja como atividade profissional ou acadêmica. Mas eu espero estar com essa galera (da banda), pois a gente tem uma amizade… aliás, isso (a banda) já foi criado através de uma amizade e até hoje usamos isso como uma estrutura, para fortalecer… a gente tem contato nos ensaios, nos shows, em casa… não é um contato profissional apenas, entende?! Quando olho para o lado não vejo “um profissional que trabalha comigo”… é meu amigo! Então, seja lá daqui a quanto tempo for, eu pretendo estar do mesmo jeito, seja fazendo música autoral, cover, o que for… talvez gravando alguma coisa… talvez nem aqui no Brasil! Quem sabe estar com eles (a banda) em algum país aí, num festival…

Hoje Natal, amanhã o mundo… – Foto: Acervo Stoneglass

Gostaríamos que vocês deixassem algumas palavras finais para o público que acompanha a Stoneglass e também o JOL-RN.

Sammy Junior (baterista) – Primeiramente a vocês do JOL-RN por terem ouvido e apreciado o som da banda, além de fazerem o convite para participar dessa entrevista, é uma honra. É dessa maneira que a gente consegue saber que, o que estamos fazendo com bom gosto, já estamos conseguindo ter resultado e isso é muito gratificante para uma banda.

Lucas Sanches (baixista) – Inicialmente, deixo o meu sincero agradecimento. Depois, gostaria de dizer que é muito bom esse trabalho de vocês (do JOL-RN) em questão de como foi direcionada a entrevista, inclusive abordando aspectos técnicos. Desejo sucesso para vocês, não apenas porque somos a primeira entrevista exclusiva, mas que venham várias outras e a gente possa acompanhar esse trabalho tão legal. Pois estava faltando quem viesse e mostrasse o cenário (rocker), o que tem de bom… estava faltando mesmo. Parabéns!

Gabriel Câmara (guitarrista) – É uma honra e a gente agradece, é incrível essa ideia de vocês, muito massa. É uma coisa que a gente tem muita carência aqui (no RN) e acho que vai contribuir muito para a cultura do nosso estado e fico muito feliz de fazer parte disso.

Genésio Oliveira – A gente fica muito agradecido e digo uma coisa: eles (aponta para a banda) são caras de sorte! Pois, num mundo cruel como o de hoje, existem pouquíssimas pessoas que querem dar sua contribuição positiva. Tem muita gente querendo derrubar. Então, é muito louvável e gratificante ver alguém descobrir, gostar e chegar a fazer um negócio desses (a entrevista). Então, em uma palavra: obrigado!

Equipe JOL-RN e a Banda Stoneglass. Da esquerda para a direita: Lúcio Amaral, Otaviano Lacet, Sammy Junior, Lucas Sanches, Abmael Dantas e Gabriel Câmara.

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