Cultura organizacional é o modo de fazer as coisas de uma empresa, seu espírito, sua alma. É aquilo que ela acredita ser o certo a fazer, seu modus operandi. A cultura permeia e perpassa toda a empresa, está presente nas cores de sua logomarca, na estratégia, nas ações de seus colaboradores, na forma como os as pessoas são promovidas, nas histórias folclóricas e também, sobretudo, no seu cotidiano.
Todas as empresas, absolutamente todas as empresas do mundo, em qualquer segmento, pequenas ou grandes, possuem uma cultura organizacional e não adianta pensar em cultura boa ou ruim, não é por aí. O que uma boa gestão tem que identificar é se a cultura organizacional é forte ou fraca, e trabalhar duramente para fortalecer, através de ações eficientes, o engajamento das pessoas.
Uma empresa saudável tem uma cultura forte, interligada com as ideias de seus lideres e transmitida em toda a sua totalidade para todos os colaboradores, em todos os setores. E, veja, não estou falando apenas de grandes empresas, Isso serve para multinacionais, empresas de médio porte e para startups.
Agora, me deixa fazer uma pergunta: Onde está depositada a força da cultura organizacional? Sim, exatamente o que você pensou. Internalizadas nas mentes das pessoas, pois são elas quem criam as ações concretas para que a cultura organizacional apareça e aconteça.
A cultura, claro, nasce na visão de seus fundadores, mas ganha força em cada um dos profissionais que participam desse projeto. Isso é um fator muito importante para se refletir. Se uma empresa tem uma rotatividade muito alta, é impossível estabelecer uma cultura forte. Aquelas pessoas que estão indo embora, levam justamente a cultura.
Por outro lado, se a empresa cresce muito rapidamente, expandindo seus negócios, também corre o risco de perder sua identidade, suas crenças e valores mais essenciais. E agora já temos dois grandes desafios para serem resolvidos. Demitir o mínimo possível e fortalecer o engajamento dos que estão chegando.
Se até aqui está claro a enorme importância da cultura organizacional para uma empresa, hora de fazer um bom diagnóstico da mesma. Perguntas importantes e pontuais como por exemplo:
- Qual o objetivo primordial pelo qual a empresa existe, sua missão maior?
- A empresa tem uma postura flexível ou rígida sobre seus processos?
- Há mais trabalho em grupo ou as pessoas são individualistas?
- No cotidiano, há uma cultura de risco, ousadia, inovação?
- A gestão de pessoas é feito mais com punições ou elogios?
Essas são apenas modelos de perguntas que o gestor ou o empreendedor deve fazer, com a ajuda de sua equipe, buscando entender a fundo, a cultura organizacional de sua empresa.
O passo seguinte é, de forma clara, direta, traduzir isso para um manual, garantindo assim que aquele diagnóstico faça parte, continuamente, do cotidiano da empresa e balizando as ações de engajamento dos novatos, entenda-se, treinamentos e muita comunicação, em todos os níveis e com a máxima frequência.
Confesso, para finalizar, que já vi muita empresa, digamos ficar “pelo meio do caminho”, por não levar em conta o fortalecimento de sua cultura organizacional. O tempo passa, o tempo voa, e às vezes, aquela equipe, aquelas ações, aquele clima incrível de alto desempenho se transforma completamente. E a empresa, embora esteja no mesmo local, com as mesmas cores, farda e logomarca, já não possui o mesmo engajamento e os mesmos resultados de antes.
Jean Tavares Leite é Psicólogo Organizacional e professor universitário.
jeantavares@bol.com.br
Crédito da Foto: Reprodução / Innovia Training & Consulting