Professor se utiliza dos jogos eletrônicos para incluir e incentivar crianças e adolescentes

Quem mora nas periferias das grandes cidades, sabe quão o entretenimento é escasso e precário, por isso CCA – Centro para Crianças e Adolescentes – Jardim Peri, radicada na zona norte de São Paulo, que há anos realiza atividades interativas para incentivar crianças e adolescentes a não ficarem nas ruas à toa, recebendo más influências, oferece cursos de diversas áreas, dentre essas, o de informática, mas que desde setembro de 2018, elas estão tendo aulas além do pacote Office.

Já que, desde a chegada do técnico em informática e engenheiro civil, Luiz Carlos Marostica, 25, o CCA Peri ganhou uma nova proposta aos alunos frequentadores do centro, já que ele chegou com a ideia de levar não apenas o Counter Strike, mas o eSports ao público do projeto. “Na minha primeira semana, eu conversei com um aluno que estava jogando Crossfire quando eu abri a porta. E vi nisso uma oportunidade, pra motivar eles a irem pras aulas, e de quebra apresentar esse mundo do eSports que eu amo desde sempre“, comenta Luiz Carlos.

Luiz que joga desde a infância, abriu um leque de oportunidades, para levar seu passatempo para a sala de aula, apresentando novos jogos, conversando sobre o mercado, carreira, atualidade, dentre outras reciprocidade para que os alunos se mantenham entrosados dentro deste tema, principalmente os mais velhos, aonde há aulas especiais e específicas sobre o mercado de trabalho, preparada para que eles busquem nos jogos eletrônicos um ensejo para suas vidas.

E os alunos, entre meninos que frequentam as aulas, quase 80% deles não conheciam, e entre as meninas o número aumenta para mais de 90%; “no começo elas eram reprimidas pelos meninos ou pela própria vergonha de não saber jogar e tal. Mas, insisto bastante pra elas jogarem, e a maioria delas gosta bastante, algumas ainda anda na setinha, mas se divertem“, completa Marostica, que faz de tudo para que meninos e meninas tenham as mesmas chances de conhecer o jogo, sem preconceitos, e trabalharem juntos de forma igualitária.

Foto por Arquivo Pessoal

Por isso que esse projeto chegou para incluir e trazer uma novidade incomparável a eles, fazendo-os ficarem eufóricos e entenderem ainda mais sobre o jogo; “Foi bem gratificante conseguir reproduzir aquele brilho nos olhos deles que um dia eu já tive também, quando entrei numa Lan (lan house) pela primeira vez, lá no auge dos meus 10 anos“, completa o professor.

As aulas ajudam não apenas os alunos terem uma atividade extracurricular, já que todos os frequentadores do CCA devem estar devidamente matriculados no ensino regular, e assim, eles podem obter amplo conhecimento sobre novos jogos, programas, carreira, entre outros e além de discernir outras nuances dentro do eSports, alçando novos voos em suas vidas e profissões, dedicando-se plenamente e com amor naquilo que você faz.

Foto por Bruno Silva

As oficinas na CCA são exclusivamente para aqueles que estão vinculados ao SAS (Secretaria de Assistência Social) e aos moradores da região. Além de informativa, têm oficinas de culinária, dança, percussão, desenho, há uma biblioteca, eles ainda realizam passeios culturais sempre que possível, entre afinidades de trabalhos.

Foto de capa: Bruno Silva

Fonte: O Barquinho Cultural

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