O novo comandante do Corpo de Bombeiros no Rio Grande do Norte, coronel Luiz Monteiro da Silva, informou que o efetivo e a lei que regem a categoria estão defasados. Pela lei atual, o efetivo deveria ser de 1.065 homens e mulheres, mas o número nem chega a 550. Além disso, o coronel explica que a lei também está defasada e que o correto é um bombeiro a cada 100 mil habitantes, o que daria 3.700. Isso significa que o Estado trabalha com apenas 15% do que deveria ter em ação.
Segundo o comandante, que deu entrevista no programa Manhã Agora, apresentado pelo jornalista Tiago Rebolo, na rádio Agora FM (97,9), torna-se necessário modernizar a lei por conta do crescimento populacional.
“Infelizmente, o serviço oferecido à sociedade está aquém do que é necessário e hoje só conseguimos cobrir 5% do nosso litoral com guarda-vidas, que tem 410 quilômetros de praia. Só há corpo de bombeiros em Natal, Mossoró, Caicó, Pau dos Ferros e São Gonçalo do Amarante. A demanda reprimida é enorme e está em 60% e o serviço mais frequente que atendemos não é de incêndio, nem de desabamento, e sim a captura de abelhas”, detalhou o coronel.
O período de verão – no caso, alta temporada – requer mais atividades do corpo de bombeiros por causa dos incêndios florestais e dos acidentes automobilísticos com pessoas presas nas ferragens. Na questão das praias, já que só há postos de observação na Redinha, Praia dos Artistas, Ponta Negra, Búzios, Camurupim e Pipa, o ideal é contratar salva-vidas temporários para elevar o efetivo. “Só temos 40, porém, precisamos de mais, além de focarmos em ações educativas para evitarmos afogamentos”, disse o coronel.
Uma das medidas polêmicas que vem recaindo sobre o Corpo de Bombeiros é a taxa que vem sendo cobrada junto com o pagamento do Imposto sobre Veículos Automotores (IPVA), de R$ 25 para caminhões e carros e de R$ 15 para motos.
“O Ministério Público vem querendo derrubar esta cobrança, mas ela é constitucional. Nos estados em que ela é feita, a população paga com orgulho. O estado da Paraíba hoje é uma referência nacional e em Pernambuco foram arrecadados R$ 140 milhões. Aqui no Rio Grande do Norte precisávamos de R$ 300 mil para consertar máquinas e equipamentos e só tivemos R$ 100 mil ano passado. Resultado: tem muita coisa parada e que não pode funcionar”, lamentou o coronel Luiz Monteiro da Silva.
Fonte: Agora RN
Imagem: José Aldenir