Na primeira entrevista concedida a um veículo de comunicação após tomar posse como presidente da República, Jair Bolsonaro falou aos jornalistas do SBT, assim como ocorreu no discurso de posse, como se ainda estivesse em campanha eleitoral:
Questionado sobre o suposto boicote dos governadores do Nordeste à posse em Brasília, fake news criada por parte da imprensa e admiradores do presidente eleito já que a maioria foi empossada no mesmo dia e horário que ele, Bolsonaro afirmou que espera que os gestores nordestinos não peçam nada a ele:
– Espero que não venham pedir nada para mim porque eu não sou o presidente deles. O presidente (dos governadores do Nordeste) está em Curitiba.
A declaração faz referência ao ex-presidente Lula, preso em Curitiba desde abril de 2018. Bolsonaro ainda insinuou que “ouviu dizer” que os governadores nordestinos não colocariam a foto oficial dele como presidente da República em seus respectivos gabinetes.
Indagado se haveria guerra contra os governadores nordestinos, Jair Bolsonaro afirmou que da parte dele, não:
– Da minha parte, não. Não posso fazer guerra com governador do nordeste atrapalhando a população. O homem mais sofrido do Brasil está na região nordeste. Vamos mergulhar em muitos problemas do nordeste, entre eles a falta d’água, agricultura de irrigação.
Nesta sexta-feira, o ministro da Justiça Sérgio Moro atendeu ao pedido do governador do Ceará Camilo Santana (PT) e enviou tropas da Força Nacional para conter, em Fortaleza, uma série de ataques de facções criminosas nas ruas da capital cearense. Serão transferidos 300 homens e 30 viaturas por um período de, no mínimo, um mês.
Pelo Rio Grande do Norte, após decretar calamidade financeira no Estado, a governadora Fátima Bezerra já marcou para a próxima semana uma audiência com a secretaria do Tesouro Nacional onde pretende pleitear recursos junto ao Governo Federal para ajudar o Executivo a reduzir os efeitos do caos financeiro herdado em 2019.
Fim da Justiça do Trabalho
Na mesma entrevista ao SBT, Jair Bolsonaro não descartou o envio de um projeto para o Congresso com o intuito de extinguir a Justiça do Trabalho no Brasil. Segundo ele, há um excesso de direitos para os trabalhadores no país:
– Em qual país do mundo que tem (Justiça do Trabalho) ? Tem que ser justiça comum. Perdeu, tem que pagar. Temos mais ações trabalhistas aqui no Brasil que no mundo todo. Até um ano e meio atrás, indenizações eram de R$ 4 milhões por ano. Há um excesso de proteção. Poderíamos mandar projeto para acabar com a Justiça do Trabalho, estamos estudando. A mão de obra no Brasil é muito cara. É como eu costumo dizer: é pouco para quem recebe e muito para quem paga.
Fonte: Agência Saiba Mais
Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil