Complementando os conteúdos extras de Prey (Multi), Typhon Hunter chega com partidas multiplayer e recursos de realidade virtual.
O bem elogiado Prey (Multi) foi lançado em 2017 por uma parceria entre Bethesda e Arkane Studios, mas assim como diversos jogos da atual geração, ele continuou recebendo atualizações e conteúdos extras ao longo dos meses. Além disso, em 2018, o título chegou a receber uma grande atualização batizada de Mooncrash, que aumentava a longevidade do título. Agora, em dezembro, foi a hora do jogo receber seu DLC Typhon Hunter, que acrescentou algumas variações de jogo interessantes que complementam a experiência de Prey muito bem.
Uma ótima opção de multiplayer
O maior foco do conteúdo extra é o modo que dá nome ao DLC: Typhon Hunter. Este é um conteúdo focado em partidas online onde uma pessoa entrará na pele do astronauta Morgan, enquanto outros cinco jogadores controlarão os já conhecidos mímicos. Para quem não conhece, estes são os alienígenas pequenos e flagelados que tem a capacidade de mudar de forma, podendo assumir a aparência de inúmeros objetos inanimados.
Essas partidas funcionam muito bem e possuem recursos muito bem pensados para balancear a posição dos mímicos ou do Morgan. Isso porque poderia-se pensar facilmente que jogar de Morgan seria muito mais desafiador do que simplesmente copiar um objeto e se esconder no cenário. Porém, algumas facilidades de Morgan combinadas com alguns recursos de dificuldade do uso da habilidade dos mímicos melhora essa relação.
Aqui, cabe dizer que as partidas são rápidas, dinâmicas, divertidas e bem fáceis de serem encontradas. Basta alguns minutos na “sala de espera” que os times são montados e a jogatina começa. Os servidores online estão funcionando bem e sem lags aparentes, o que torna a jogatina fluida e muito ativa.
Porém, aqui cabe um pequeno comentário que pode ser contornado facilmente num futuro próximo: um dos poucos incômodos do modo multiplayer é justamente na sua variedade de cenários, que ainda é bem pequena. Entretanto, isso pode facilmente ser mudado com atualizações futuras da Bethesda, resta aguardar.
Escape room divertido, mas um pouco preguiçoso
Outro dos modos de jogo disponíveis em Prey: Typhon Hunter é o modo Transtar VR, disponível somente para PC e PSVR. Este modo consiste em um escape room que lembra bastante o recém lançado Red Matter (PC/PSVR). Porém, como aqui estamos falando de um DLC, a extensão desse escape room é bem mais limitada do que o game da Vertical Robot, tanto em quantidade de fases (apenas 3) como em jogabilidade.
Isso porque o modo Transtar VR, mesmo exigindo controles com sensor de movimento, como os PlayStation Moves no PS4, não dá tantas opções de manipulação do cenário assim. Basicamente você pega objetos para analisar e pode arremessá-los longe. Poucas são as mecânicas mais diversificadas nesse aspecto, diminuindo um pouco a imersão da realidade virtual.
Além disso, a movimentação apenas por teleporte também incomoda um pouco, uma vez que a Bethesda já é conhecida por outros grandes títulos em realidade virtual, como Doom VFR (PC/PSVR), Skyrim VR (PC/PSVR) e Fallout 4 VR (PC), títulos nos quais o controle de movimento pode ser configurado de diversas maneiras diferentes, adaptando-se bastante à preferência do jogador.
Entretanto, mesmo com algumas falhas, o modo de escape room com VR consegue divertir bastante, além de dar uma outra ótica para a história de Prey. Isso porque durante as missões, o jogador entrará na pele de alguns indivíduos cruciais para o desenrolar da história de Prey, como o cientista que pesquisava as anomalias por exemplo.
Fora isso, o modo VR apresenta também um tour bem interessante sobre um museu da Transtar que apresenta diversos objetos e modelos de alienígenas do jogo. Como este é um modo apenas expositivo, é algo bacana para se distrair e até mostrar para os amigos, mas nada muito surpreendente também.
Sobre atualizações e referências
É importante dizer também que as atualizações de Prey: Typhon Hunter não param por aqui. Isso porque, como os dois grandes pilares do DLC são a realidade virtual e o modo de caça multiplayer, a Bethesda já informou que em breve disponibilizará também uma atualização que permitirá jogar o modo Typhon Hunter com óculos de realidade virtual, principalmente na pele de Morgan.
Isso pode melhorar o uso do recurso de realidade virtual do DLC e também dinamizar ainda mais o multiplayer, incluindo numa mesma partida pessoas com óculos de realidade virtual e sem eles. Resta esperar para conferir se o uso da RV neste modo será mais aprimorado ou tão imersivo quanto o Transtar VR.
Inclusive, tanto nas partidas multiplayer quanto nas explorações em VR é possível encontrar diversos easter-eggs que fazem referência direta a momentos específicos de Prey. O que mostra como o conteúdo é bem focado justamente em quem já concluiu o jogo base.
Uma ótima continuidade
Seguindo a lógica de Mooncrash de disponibilizar novos conteúdos para os jogadores de Prey que possuem o season pass do título, Typhon Hunter dá uma quantidade de conteúdo considerável para um DLC, além de fugir completamente de mesmices e imaginar modos diferentes de explorar a franquia que teve um início muito bom em 2017.
Claro que como se trata de um trabalho da Bethesda, esperava-se um uso um pouco menos tímido da realidade virtual, mas esta não é ruim em Typhon Hunter. Na verdade, é possível se divertir por boas horas tentando resolver os inteligentes e divertidos puzzles dos cenários de escape room, além das incríveis partidas de “pique-esconde” do modo Typhon Hunter. Tomara que a junção do VR com a caçada não demorem a chegar, para aumentar ainda mais a variedade de modos de jogo do conteúdo extra.
Análise produzida com cópia digital cedida pela Bethesda