Conheça nove tendências para 2019 para cultura, comportamento e tecnologia

Tendências para o ano novo: abra 2019 com um olhar diferente para cultura, comportamento e tecnologia - Foto: iStock

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Como já dizia o comediante americano George Carlin, “o futuro logo vai ser coisa do passado”. O que não tira a graça de tentar prevê-lo. Este é, inclusive, o trabalho dos especialistas em tendências, sejam elas de cultura, comportamento ou tecnologia. Com 2018 quase se despedindo, fomos a eles para tentar saber: o que 2019 nos reserva?

Rebeca de Moraes, diretora da consultoria Soledad, comenta que nas tendências identificadas para o ano que vem (algumas delas estão abaixo), há um padrão: — Estamos nos movendo de um momento de hiperracionalização, com algoritmos que definem o que comer e assistir, essa vida supercalculada, para um retorno do humanismo. Isso inclui pensar mais sobre autoconhecimento, entender o seu entorno e repensar relacionamentos.

Rebeca também pondera que algumas tendências permeiam um clima generalizado de falta de segurança. Lá fora, autoridades do setor como Trend Watching, The Cool Hunter e World Global Style Network (WGSN) destacam uma massificação do consumo consciente. Diante de um cenário internacional marcado por instabilidade, seria uma espécie de atitude “do bem” que faz o consumidor sentir-se melhor com suas escolhas.

O consultor criativo André Czarnobai, colaborador de vários think tanks (instituições que criam análises, geralmente por encomenda), ressalta que a preocupação com o meio ambiente já chegou à ceia de Natal.— Um discurso que antes era associado a jovens de grandes centros urbanos já está na boca de todos — diz Czarnobai.

RELACIONAMENTOS

Entre o match e o namoro, os cont(r)atinhos

Rebeca de Moraes, da consultoria Soledad, diz que a modernidade não é mais tão líquida nos relacionamentos. “No Brasil, cada vez mais vemos que os contatinhos são regidos por contratinhos. Há um olhar para o aspecto do que se constrói nessas relações — entre os ghostings a que todos estão sujeitos. Não há dúvidas de que no ano de 2019 isso ganhará ainda mais força. ”

CRENÇAS

Após racionalização, volta do misticismo

Nos Estados Unidos, o tráfego em sites de astrologia dobrou nos últimos três anos. Segundo o estudo da Soledad, a combinação de estresse e incerteza resultou no ambiente perfeito para a busca por narrativas intangíveis para pensar o futuro. Seja nos astros, cristas ou banhos de ervas, seguiremos buscando respostas para “quem sou eu? ” e “ o que estou fazendo aqui?”

POLÍTICA

Pós-empoderamento feminino

O machismo não deixa de existir automaticamente: para garantir uma mudança duradoura é preciso, no futuro, sustentar comportamentos que emergem depois do empoderamento feminino observado nos últimos anos. “Nós já falamos com as mulheres que elas podem ser o que elas querem, mas a gente ainda está lidando com os padrões estabelecidos”, afirma Rebeca.

CULTURA POP

Chegou a newstalgia

A nostalgia não é mais a mesma. Ela está muito mais ansiosa: nos países de língua inglesa, já está em alta o termo newstalgia para a retomada de “clássicos contemporâneos” dos anos 00 (como a banda Rouge, acima) e desta década que nem acabou. Outro termo usado é newtro, combinação de “new” e “retro”, e a aposta é que essa tendência ganha força na cultura pop em 2019.

TECNOLOGIA

Assistentes de voz

Já se torna corriqueiro o uso de assistentes de voz para a realização de todo tipo de tarefa, seja procurar o dentista mais próximo, marcar um horário no cabeleireiro ou encontrar no menu da TV um filme com Ray Liotta. Esses serviços estarão cada vez mais presentes em nossas vidas, chegando cada vez mais próximos da voz apaixonante do sistema operacional do filme “Ela”.

VIDA DIGITAL

Redes de nichos sociais

Um movimento que deve ganhar força é a migração de conteúdo digital — e da própria “vida online” de redes como Facebook e Twitter para comunidades menores, voltadas a interesses específicos. “Vejo gente de todas as idades dizendo: ‘Não vou ficar postando meus textos no Facebook, vou fazer meu podcast, minha newsletter’”, analisa o consultor criativo André Czarnobai.

CELEBRIDADES

Microinfluenciadores

Após a ascensão dos grandes digital influencers, a próxima onda é dos microinfluenciadores. Eles podem não ter tantos fãs, mas são muito próximos de seu público — e, consequentemente, causam mais impacto em seus gostos e ideias. Segundo Czarnobai, “hoje, mais valioso do que possuir milhões de seguidores, que podem ser robôs, é ser seguido pelas pessoas certas”.

MÚSICA

Empresário de si mesmo

Fabiana Batistela, diretora da Semana Internacional de Música (SIM) de São Paulo, ressalta que no evento deste ano foram apresentadas várias plataformas para o artista administrar sua carreira sozinho. “Em softwares como o Bee My Ears você vende seus shows, alinha a agenda da equipe e ainda coloca sua música para ter retorno de fãs e especialistas de mercado”, diz Fabiana.

CONSUMO

Verde em massa

A preocupação com a origem dos alimentos sai da bolha hipster. Já há gente de todas as idades e biografias reparando se as embalagens trazem selinho de Fair Trade ou Orgulho Orgânico. Uma tendência relacionada é a de produzir alimentos em casa. “Há cada vez mais gente que encontra uma satisfação pessoal em ter seu tomatinho, sua abobrinha”, diz Czarnobai.

Crédito da Foto: iStock

Fonte: O Globo

 

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