Em assembleia realizada na manhã desta sexta-feira (28), os agentes penitenciários do Rio Grande do Norte decidiram não mais receber presos que forem encaminhados durante a paralisação ao sistema penitenciário, e que não tenham passado por todos os trâmites legais para serem enviados ao sistema. De acordo com os agentes, com a paralisação da polícia civil, a central de registro de flagrantes que estava sendo improvisada no Comando de Polícia Militar, presos estavam sendo encaminhados sem passarem por procedimentos como exame de corpo delito e audiência de custódia às penitenciárias estaduais.
Os agentes optaram por não dar início, neste momento, a uma paralisação dos serviços. Na análise feita pelos servidores, a paralisação no momento de transição entre os governos, com o número de agentes com capacidade de se deslocar à capital a fim de participar dos movimentos de greve, tornaria a movimentação “pouco eficaz” no momento. No entanto, uma nova assembleia ficou marcada para o dia 8 de janeiro, quando eles devem votar novamente sobre a questão.
Para a diretora do Sindicato dos Agentes Penitenciários, Vilma Batista, a situação dos agentes é uma das mais graves no Estado, tendo em vista que muitos moram no interior e têm que se deslocar até as penitenciárias para trabalhar. “Há muitos companheiros que estão sem combustível sequer para ir ao trabalho, colegas que estão realmente tendo dificuldade de alimentar suas famílias”, relata Vilma.
Nesta sexta-feira (29), os agentes pretendem se reunir em frente à Secretaria do Estado de Justiça e Cidadania (Sejuc) a fim de cobrar, do Governo, um meio de transporte para que possam chegar ao trabalho. “Se não temos sequer salário para pagarmos o combustível, o Governo vai ter que providenciar alguma forma de levar os agentes até as penitenciárias. Seja ônibus, seja vans, seja o que for”, afirma a dirigente.
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