Primeiro Estado do Brasil a adotar a Telemedicina como política de saúde pública, o Rio Grande do Norte comemorou em 2018 oito anos de Programa com mais de 637 mil exames de eletrocardiograma realizados e mais de um milhão e cem mil diagnósticos.
Atuando na prevenção e tratamento das doenças do coração através de diagnósticos via eletrocardiógrafos de 12 derivações simultâneas por meio de telefonia fixa, móvel ou internet, a telemedicina realiza em média 8 mil exames por mês.
Neste ano, o Governo do RN, por meio da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), solicitou ao Ministério da Saúde uma ampliação no Programa de Telemedicina e pretende incluir novos exames, como Tele M.A.P.A (pressão arterial), Tele Holter (frequência cardíaca), Espirometria (capacidade pulmonar), Eletroencefalograma (funcionalidade cerebral), além dos exames de imagem (tomógrafo, mamografia e raio-x), garantindo um incremento de mais R$ 11.9 milhões, com perspectiva de liberação em 2019.
Implantado no estado em setembro de 2010, o Programa de Telemedicina disponibiliza atualmente 225 aparelhos de eletrocardiograma nos 167 municípios do RN, com investimento de R$ 1.3 milhões/ano do Ministério da Saúde.
O Programa funciona de forma simples. O atendimento é focado no paciente que busca uma unidade tipo: UBS – Unidade Básica de Saúde, UESF – Unidade de Estratégia de Saúde da Família, UPA – Unidade de Pronto atendimento e hospitais do SUS, com alguma queixa de dor precordial, que é uma queixa comum em serviços de emergência, que dentro dos protocolos da área de cardiologia permite a realização de um eletrocardiograma, além de pacientes que necessitam de risco cirúrgico cardiológico para a realização de um procedimento cirúrgico eletivo.
“Basta uma linha telefônica convencional ou aparelho celular para enviar o exame para uma Central da Telemedicina e imediatamente a equipe médica de plantão analisa o eletrocardiograma enviado pelo médico e dentro de poucos minutos o diagnóstico é fornecido”, explicou Carlos Eduardo de Albuquerque Costa, coordenador do programa na Sesap.
Após o diagnóstico, caso seja necessário à realização de procedimentos como cateterismo cardíaco, angioplastia e cirurgias cardíacas, implante de marca-passo o paciente é encaminhado para uma das unidades de referência.
A rede estadual de saúde possui um Centro de Alta Complexidade Cardiovascular em Natal (Hospital Universitário Onofre Lopes) e duas Unidades de Alta Complexidade Cardiovascular: Hospital do Coração de Natal e o Instituto do Coração de Natal (Incor), em Natal. Em Mossoró, o Hospital Wilson Rosado é a referência para estes casos.
De acordo com o coordenador do programa, existe uma economia de recursos, já que, caso a unidade de saúde não possua profissional especialista em cardiologia, em sua maioria possuem o médico generalista, esse recebe as orientações necessárias via segunda opinião médica, através do telefone.
A realização do exame é simples, basta um computador ou smartphone e internet para a transmissão dos exames e recebimento do laudo.
“A telemedicina é essencial para avançarmos na assistência da população em todos os locais, principalmente nos mais remotos e estamos conseguindo salvar vidas, dando celeridade na assistência e apoio no interior do estado, dentro do processo de regionalização dos serviços de saúde, a Telemedicina é um aliado assistencial de grande importância, principalmente quando vivenciamos essa crise de subfinanciamento que o SUS atravessa, podemos colocar um cardiologista virtual em cada cidade ou melhor em cada unidade de saúde” frisou Carlos.
Números
No ano de 2018 (até 30 de novembro) foram realizados 97.641 eletrocardiogramas laudados via telemedicina, com 160.886 diagnósticos, sendo 5.968 infartos.
Desde o início do Programa, de setembro de 2010 a novembro de 2018 foram realizados 637.027 exames, sendo diagnosticados 30.668 infartos.
Nesse mesmo período, um total de 374.605 atendimentos foram do sexo feminino (59%) e 262.406 do sexo masculino (41%), nas oito regiões de saúde do Rio Grande do Norte.
Fonte: Nominuto
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