O governo do Rio Grande do Norte e o Sindicato da Polícia Civil do estado (Sinpol-RN) se reúnem nesta manhã com o objetivo de firmarem um acordo para o fim da paralisação de agentes e escrivães, iniciada na manhã da quarta (26). Os policiais querem receber os salários atrasados, principalmente o 13º de 2017, que ainda não foi pago para quem ganha acima de R$ 5 mil.
A reunião acontece na Secretaria de Segurança Pública (Sesed), no Centro Administrativo. A presidente da Associação dos Escrivães (Assesp), Carolina Campos, também participa.
O governo do estado não pagou o 13º salário de 2017 dos servidores públicos que ganham acima de R$ 5 mil, o que inclui a maior parte dos servidores da segurança púiblica. Além disso, ainda não divulgou quando vai pagar os salários de dezembro nem o 13º deste ano.
No dia 20 de dezembro, o governador Robinson Faria anunciou para o dia 28 o pagamento do 13º salário de 2017 para os policiais militares e Corpo de Bombeiros, mas deixou as demais categorias de fora.
Na manhã desta quinta (27) a Central de Flagrantes da Cidade da Esperança, uma das duas plantões que funcionam 24 horas em Natal, amanheceu com o portão fechado.
Uma primeira reunião foi realizada ainda na noite da quarta, mas terminou sem sucesso. “Foi apenas para tratar de como ficariam os serviços à população. Sobre o pagamento dos salários atrasados, não houve acordo”, ressaltou o presidente do Sinpol, Nilton Arruda.
Segundo o Sinpol, a paralisação afeta o funcionamento de mais de 95% das 160 delegacias da Polícia Civil no estado. “Só estamos recebendo os casos de flagrante. Em Natal, os boletins estão sendo feitos no Comando Geral da PM. E, no interior, apenas nas delegacias regionais de Caicó e Mossoró”, ressaltou Nilton. Na Grande Natal, ainda de acordo com o sindicato, apenas a Delegacia de Nísia Floresta funciona normalmente.
Em Natal, a Polícia Civil possui 15 delegacias distritais e 18 especializadas. Todas, ainda de acordo com o presidente do Sinpol, estão fechadas e com os telefones cortados por falta de pagamento. A Delegacia Geral da Polícia Civil (Degepol) confirma apenas o corte dos telefones.
Boletim online
Pela internet, é possível o cidadão registrar BOs em casos de documentos perdidos ou furtados. Contudo, em razão da demanda, o processo está demorado. “Quando a pessoa registra o BO online, é preciso que um policial faça a homologação do registro. Esse policial continua trabalhando, mas como a demanda aumentou em razão de as delegacias estarem fechadas, esse procedimento vai demorar”, ressaltou Nilton.
O governo
Em nota, divulgada ainda na quarta (26), o governo do estado disse que não tinha previsão para pagar os salários de novembro para quem ganha acima de R$ 5 mil e também não sabia se a folha de dezembro deste ano seria paga até o fim do mês. Além disso, o 13º de 2017 para quem ganha mais de R$ 5 mil e o 13º deste ano também estão sem previsão de pagamento. O governo ainda ressaltou que segue acompanhando o fluxo de receitas e que não tem data para divulgar o calendário de pagamento das folhas que estão em atraso.
Direito de greve suspenso
Presidente do Sindicato da Polícia Civil do RN, Nilton Arruda disse que a categoria não considera o movimento uma greve, uma vez que o direito de greve para os policiais civis foi suspenso pelo Supremo Tribunal Federal desde abril de 2017. Desse modo, no entendimento do Sinpol, apenas durante uma greve o percentual de 30% dos serviços em atividade deveria ser mantido.
Fonte: G1 RN
Imagem: Thyago Macedo/Sinpol/Divulgação