A primeira vez do bebê na praia

Publicidade

Existe uma idade ideal para levar a criança para a praia pela primeira vez?
A recomendação é a mesma entre especialistas: a partir de 6 meses. “Nessa idade, a criança já pode passar protetor solar e têm a imunidade mais forte. Mesmo assim, é preciso tomar uma série de precauções”, alerta Seomara Catalano, dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Em pesquisa realizada na página do Facebook da CRESCER, 39% das mães levaram os filhos para conhecer o mar na idade recomendada, 6 meses e 1 ano. Mas como vivemos em um país tropical e nem sempre conseguimos esperar – como foi o caso de 28% das mães que responderam à nossa enquete – os cuidados precisam ser redobrados (mais dicas ao longo da reportagem). Já 24% das entrevistadas esperaram até o bebê completar 1 ou 2 anos para levá-lo à praia, enquanto 9% foram mais pacientes e deixaram passar dos 2.

Quais são as vantagens de levar o bebê para a praia?
Além de estimular a criança descobrir novas texturas (como a da areia e a da água do mar), o passeio permite que ela entre em contato com a natureza e que interaja com a família. “É um momento de socialização, em que o bebê vai conhecer animais, outras crianças, novas atividades. É um excelente estímulo para seu desenvolvimento”, defende Seomara.

O tipo de areia faz diferença para o bebê? 
Aquela areia mais branca e mais fina arranha menos a pele fina da criança, mas, se entra na fralda, e o atrito é maior. “Assim que a brincadeira acabar, troque o bebê para evitar irritações, assaduras e qualquer tipo de contaminação”, sugere Seomara. E, por falar em contaminação, é importante lembrar que a areia pode esconder outros perigos. “Os ovos e larvas causadores de bichos geográficos, presentes em fezes de animais estão presentes justamente na areia seca, onde as crianças adoram ficar”, alerta Seomara. Portanto, leve-o para brincar um pouco na areia úmida, que oferece menos riscos.

Posso entrar no mar com o meu filho?
Sim, desde que a água não esteja extremamente fria e seja limpa (pelo menos sem lixo aparente, afinal, é impossível saber com certeza se é totalmente limpa a olho nu). “Brinque à vontade com o seu filho no mar, mas evite que ele engula água”, recomenda a pediatra Filumena. Vale redobrar a atenção quando o mar estiver muito agitado.

Qual é o melhor horário para a criança ficar no sol?
De preferência, entre 6 h e 10 h e depois das 16 h – os mesmos intervalos indicados para adultos. Mas não exagere: dificilmente o bebê vai se sentir à vontade por tanto tanto tempo sob o sol. Use a sua sensação como referência.

E como proteger a pele do bebê?
Quanto menor for a exposição do seu filho, menor será o risco de queimadura. “Até os 3 anos, a criança toma pouco sol: 15 minutos de manhã e 15 minutos à tarde. Mais do que isso e fora dos horários indicados, é necessário entrar com um protetor solar mais forte, acima de 30”, diz a pediatra Filumena Gomes, da Faculdade de Medicina da USP. Existem filtros infantis, com fórmulas feitas especialmente para a pele da criança. Vale lembrar que o uso só é recomendado para bebês depois dos seis meses.

“Verifique se o protetor é físico, pois ele reflete a radiação e não absorve componentes químicos”, diz Seomara. Como a pele do bebê é fininha, vale apostar em camisetas de manga longa com proteção UV ou, então, de algodão – mesmo que você já tenha aplicado o filtro. “Quanto mais fechada for a trama do tecido, mais segurança trará para a criança”, indica a dermatologista. E como proteção nunca é demais, saiba que a roupa molhada perde 30% da capacidade de proteção contra radiação solar. Portanto, tenha algumas trocas de roupa para o bebê na bolsa.

Mesmo com filtro e camiseta, ainda vale chamá-lo para ficar embaixo do guarda-sol de vez em quando. Parece exagero, mas pense em quantos anos de sol seu filho ainda terá pela frente. E atenção na escolha do guarda-sol: nem todos estão, de fato, protegendo a sua família. “Os de nylon não servem para nada. Para saber se ele é bom mesmo, veja se está escuro embaixo dele”, diz Seomara.

Check-list da bolsa do bebê para a praia

Antes de sair de casa, tenha certeza de que a mala está completa:

Toalhas: Sim, no plural. Leve uma para deitar ou sentar o bebê (e para que ele brinque em cima) e outra, caso você precise secá-lo.

Fraldas específicas para praia e piscina: Fraldas normais encharcam quando entram em contato com a água, perdem a capacidade de absorver o xixi e deixam o bebê desconfortável.

Lenços umedecidos: Pode ajudar a tirar a areia que entra na fralda, além de ser usado para limpar as mãos, rosto e boca do bebê e também para higienizar a mama antes de amamentar.

Chapéu: Alguns especialistas defendem que o boné protege ainda mais do que o protetor solar! De toda maneira, o ideal é aliar os dois.

Maiô ou sunga de cor vibrante: Um segundo de distração é o suficiente para perder uma criança de vista. Por isso, vestir o seu filho com um tom forte é uma boa forma de identificá-lo caso ele decida sair engatinhando ou andando pela praia.

Troca de roupa: Vale ter algumas camisetas e peças extras na bolsa, caso a do seu filho molhe ou suje.

Brinquedos: Seja para brincar na areia ou para se distrair em cima da toalha, ajudam a entreter o bebê.

Piscina inflável pequena: Se achar que o seu filho não está pronto para a experiência completa da praia, mas não quer que ele perca a diversão, leve uma piscininha, encha-a com água da ducha mais próxima e coloque-a debaixo do guarda-sol. Não se esqueça do protetor solar, ok?

Alimentos: Leve o que ele está acostumado a comer, desde que sejam bem fresquinhos e nada cítricas, para não correr o risco de manchar a pele. “A cenoura e o mamão são ricos em betacaroteno, que estimula o sistema imunológico e aumenta a proteção natural da pele”, diz Seomara.

Líquidos: A hidratação precisa ser constante, por isso ofereça água e água de coco o tempo todo! Sucos de frutas e chás de camomila e erva doce frescos também são bem-vindos. Leve as bebidas dentro de um isopor debaixo do carrinho. A amamentação, é claro, está liberada.

Filtro solar: O seu protetor solar não pode ser o mesmo que o do bebê. Se ele tiver mais de 6 meses, escolha um produto específico para crianças, de preferência físico.

Repelente: Dependendo do destino, o produto contra insetos é fundamental. Mas, segundo especialistas, assim como o protetor solar, o ideal é passar apenas em bebês com mais de 6 meses por causa das substâncias químicas. “Evite locais que já são conhecidos por terem maior concentração de mosquitos, pernilongos e borrachudos e aposte nas calças e blusas com mangas compridas”, sugere Filumena.

Fonte: Revista Crescer

Imagem: Nadezhda1906/ThinkStock

Sair da versão mobile