Seis livros de filosofia para pais

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Pensando em como pais podem usufruir dos infinitos caminhos que a filosofia nos leva para ajudar a educar nossos filhos, pedimos ajuda para quem entende do assunto. Brunno Almeida Maia tem longa carreira como estudante e professor de filosofia, além de ser escritor – são dele Moda Vestimenta Corpo (Editora Estação das Letras e Cores, 2015), São Paulo em Palavras (Editora Aquarela Brasileira, 2017) e Tempos de exceção: ensaios sobre o contemporâneo (Editora Cosmos, no prelo). Abaixo, os seis livros de filosofia para papais “cabeça-feita”.

SEGUIR A PRÓPRIA NATUREZA:

Emílio ou Da educação – Jean-Jacques Rousseau, Edipro, 2017

No livro lançado na época do Iluminismo na Europa, Rousseau, um dos pensadores de inspiração da Revolução Francesa, propõe uma pedagogia para o menino Emílio, que se distancia da corrupção e dos vícios da sociedade, mais próxima da ideia de “seguir a própria natureza”, na busca da personalidade autêntica. Importante para se repensar, de tempos em tempos, a relação entre a educação em todas as esferas da vida social, mediada pelo tempo histórico e pela cultura.

UMA SOCIEDADE MAIS JUSTA:

O Segundo Sexo – Simone de Beauvoir, Nova Fronteira, 2009

Um clássico dos estudos de gêneros e do feminismo. Necessário para a compreensão da nova onda do feminismo e como podemos repensar categorias sociais e históricas como “mulher”, “homem”, “masculino”, “feminino”, na busca de uma sociedade mais justa, politicamente igualitária e com respeito às diferenças.

DIREITOS HUMANOS NA POLÍTICA BRASILEIRA:

O que resta da ditadura – A exceção brasileira – Edson Teles e Vladimir Safatle (organizadores), Boitempo, 2010

Importante para tempos de revisionismo histórico, violência contra as minorias e discursos de ódio, o livro – resultado de um seminário realizado na Universidade de São Paulo (USP), em 2008 – apresenta ensaios de diversos autores da Filosofia, da Sociologia, da História e da Psicanálise, para compreensão do trágico legado da Ditadura Militar no Brasil nas áreas jurídicas, políticas, culturais e nas relações sociais. Trata-se de entender como a violência contemporânea é resultado de um período de exceção, para educar para a compreensão da importância dos direitos humanos na política brasileira.

A IMPORTÂNCIA DO AFETO:

O Amor – uma história – Simon May, Zahar, 2012

Numa época de discussões sobre a importância da afetividade na vida cotidiana e na política, o filósofo britânico Simon May busca ressaltar, por meio de uma história do conceito de Amor na tradição filosófica, a importância deste afeto para uma vida mais humana e rica de sentido, independentemente de crença religiosa ou ideologia política.

RESPEITAR O OUTRO:

Relatar a si mesmo – Crítica da violência ética – Judith Butler, Autêntica Editora, 2015

A filósofa norte-americana parte da noção de moral como uma imposição, uma violência contra o Outro. Trata-se não de propor uma sociedade amoral, mas repensá-la a partir de uma moral que respeite o Outro, seu corpo e sua subjetividade, e que compreenda a ética como exercício da plena liberdade.

PELA ESCUTA E PELO DIÁLOGO

Diálogos de um rabino: reflexões para um mundo de monólogos – Michel Schlesinger, Annablume Editora, 2018

Importante liderança da comunidade judaica de São Paulo, o Rabino Michel Schlesinger, da CIP (Congregação Israelita Paulista), contrapõe à surdez da indiferença em nossa sociedade a abertura ao Outro pela escuta e pelo diálogo. Mesmo partindo de uma visão judaica, o livro visa redimensionar as questões em perspectivas humanas e universais.

Fonte: GQ Magazine Brasil

Imagem: Divulgação / Arte GQ

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