Quem vive numa pátria enfraquecida moralmente e pobre materialmente, onde a grande maioria vive em condições paupérrimas, fica até intimidado de escrever sobre as maravilhas vivenciadas em países mais aquinhoados, parecendo para alguns, explicitação do supérfluo ou egolatria da melhor posição social.
Apesar desta trava, abro os olhos do escritor e decido expor o que meu coração sente e minha mente processa, fazendo um paralelo entre duas situações vividas num curto período de tempo.
Ontem estava em Orlando, vivenciando com a família parques incríveis, com uma tecnologia impressionante, deixando embasbacado até um jornalista relativamente atualizado, diante de brinquedos magníficos, que nos inserem em virtualidades tão realistas e mágicas, que saímos pensando: como isso é possível?
A minha experiência americana revela estar em um ambiente complexo de compras, deslocamentos, sinais, regras, convivências, que ocorrem absolutamente normais, quando tudo está dentro das regras. Você entra e sai e faz tudo, se não bobear, tudo flui em clima de liberdade e transparência.
Me sinto bem nos EUA. As pessoas são muito educadas, tudo é facilitado no comércio e nos parques, dirigir um deleite, largas avenidas, trânsito organizado, parece um formato bem azeitado para funcionar direitinho, tudo nos conformes e organizado.
Aí hoje já estou no Brasil, logo cedo chego em Ponta Negra e, por causa do Carnatal a praia ferve de gente, o cenário de limpeza dos parques com multidões muda para cheiros nada convencionais, lixo no chão, grupos diversos espalhados em todo canto com marmitas, berinbaus e violões.
Se pecamos por alguns aspectos, vemos vantagens por outros, começo a curtir as pessoas sorrindo, cantando, até sujando kkkk, viajando com nossa espontaneidade, nossa maneira de ser e de existir.
Caminhando para o Morro do Careca vou vendo os vendedores, plurais em suas falas, maneiras de vender, gritos, apelos, mostras, amostras visuais, um festival de criatividade e invencionices, mostrando um País ainda imberbe, circense, mas feliz.
Num curto espaço de tempo vivenciei duas realidades. Um progresso espetacular com relações tranquilas e regras definidas, e outra mais light, carnavalesca, ruidosa.
Creio que estar feliz num, ou noutro ambiente, é pessoal. Particularmente acredito que espiritualidade é conseguir estar no aqui e no agora, em qualquer canto e em qualquer lugar, com a alegria interior imutável, intacta.
Já viajei muito. Já estive em vários lugares. Já li e ouvi bastante. Se puder resumir, afirmo, a vida flui aqui e agora e ser feliz é interior.
Estados Unidos, Brasil, Ponta Negra, Orlando, praias, parques, pessoas, situações, vendas, farofadas, avenidas, paralelepípedos ou o que for, são ocorrências, acontecimentos, que vão possibilitando a formação de sua percepção da vida.
Diante de tantos gurus decaídos, de tantas religiões falsificadas e políticas ultrajadas, navego no meu interior cheio de esperanças de retirar das entranhas a minha maneira particular de ser e de existir.
Luzzzzzzz.
Flávio Rezende aos 16 dias, décimo segundo mês, ano dois mil e dezoito. 11h49.
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Crédito das Fotos: Arquivo Pessoal.