Estou nos EUA mais uma vez e, a partir de uma experiência com meu pai aqui, sempre que retorno após essa experiência com ele, fico relembrando coisas que vivenciamos juntos.
Algumas são impulsionadas por causa da ligação de papai com os americanos. Certa vez o convidei para visitar os parques de Orlando as minhas custas. Queria retribuir tantas viagens que ele me havia proporcionado.
Mesmo reclamando um pouco da bondade filhal aceitou. Num dia de folga sentamos em confortáveis cadeiras na beira do lago do hotel e observando os fogos de artifício do Magic Kingdom, papeamos abertamente, com ele me contando o trabalho no almoxarifado da Base Aérea Trampolim da Vitória em Paramirim, ponto de apoio na travessia dos americanos para lutas na África e demais países.
Por causa desse trabalho papai aprendeu inglês, fez amizade com americanos e passou a curtir jazz.
Nos parques já estava oitentão, mas ia em todas as montanhas russas e desceu até aquele elevador barra pesada que despenca a mais de mil. Eu só olhava.
Por essas e outras, estando aqui, fico relembrando sua presença, sua alegria em falar, narrar experiências, relatar fatos, detalhadamente, entrecortados por sorrisos que denunciavam satisfação com os eventos.
Papai era excelente na condução do papo, sabia costurar as frases, dar o tom e a entonação dos altos e colocar os baixos nos seus devidos lugares.
Mestre em tudo, era encantador observar sua aura quando revolvia ao passado, onde tinha muitos tesouros e jóias raras para nos presentear.
Em vida era sempre procurado para dar luz a fatos históricos do BB, da odontologia local e nacional, do exército – pois foi ex-combatente, das campanhas do Lions e de inúmeras outras atividades, como a ABO.
Agora dia 25 ele faria mais um ano. Já antecipo comemoração aqui nos EUA relembrando num dos parques que fomos, e que irei com a família, momentos mágicos que desfrutamos.
Sempre lembro de papai com carinho. Devo muito do que me tornei a seu dedo indicador, sua bússola, seu bom exemplo.
Na vida busco reproduzir seu modus vivendi, imprimir sua marca, repetir sua boa história.
Te amo Fernando Rezende, eternamente, sou grato a cada acordar a oportunidade que me deu junto a mamãe, de existir materialmente, para que espiritualmente possa ser uma espécie de clone seu, aumentando sua passagem, estendendo, esticando, amorosamente dando mais sentido à vida.
Te amo, sempre e cada vez mais.
Luzzzzzzzz☀??⚡⭐
Crédito das Fotos: Arquivo Pessoal.