El Niño provocará chuvas “normais” em Natal

O fenômeno El Niño, que atinge seu pico máximo entre os meses de dezembro e janeiro de 2019, deve provocar um verão ainda mais quente e com algumas chuvas na capital potiguar. Ao passo em que alguns especialistas têm demonstrado preocupação em relação em relação a uma possível diminuição de chuvas no período do inverno no Nordeste, o setor de meteorologia da Empresa de Pesquisas Agropecuárias do RN (Emparn), acredita que o fenômeno está oscilando entre fraco e moderado, e ainda é cedo para afirmar se terá impacto sobre o período de chuvas no Estado.

Para Gilmar Bristot, chefe do departamento de meteorologia da Emparn, a expectativa é de uma pré-estação chuvosa com boas chuvas para o Nordeste. “Ele não está atuando de forma significativa ao ponto de prejudicar as chuvas aqui no Nordeste. Podemos esperar uma pré-estação chuvosa quente e com boas chuvas, e um início de chuvas em meados de março próximas à normalidade”, afirma. Em algumas áreas, como o centro-leste do Estado, a expectativa é de que as chuvas estejam, inclusive, acima da normalidade.

O El Niño é um fenômeno climático global, no qual as águas superficiais do Oceano Pacífico aquecem, especialmente na faixa Equatorial. No Brasil, a influência do El Niño acontece principalmente com o aumento das chuvas na região Sul e redução das chuvas em parte das regiões Norte e Nordeste. O fenômeno tem sido discutido por especialistas no país, em especial em função da seca que há seis anos castiga os estados da região Nordeste do país.

“Esse El Niño que está acontecendo agora não está em fase de atividade solar. A atividade solar está em baixa e, por isso, não teria condição de termos um El Niño com atividade muito intensa aqui no Nordeste. Por isso continuamos achando que, a princípio, as chuvas devem vir dentro da normalidade”, reforça Bristot.

De acordo com o último relatório emitido pela Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern), seis cidades encontram-se em colapso de abastecimento no Rio Grande do Norte atualmente. São elas: João Dias, Paraná, Pilões e São Miguel, todas na região do Alto-Oeste potiguar, e a cidade de Cruzeta, no Seridó. Outras 92 cidades encontram-se em situação de rodízio hídrico, situação que não deve melhorar até o início da quadra chuvosa do Estado.

Reservas hídricas:

No Rio Grande do Norte, 7 reservatórios monitorados pelo Instituto de Gestão das Águas do RN (Igarn) atualmente se encontram em volume morto, tendo o mais recente entrado em volume morto na manhã desta quarta-feira (5). Em termos percentuais, afirma o Igarn, os reservatórios em nível crítico já somam 12,76% dos mananciais monitorados, os secos representam outros 17% do total.

Somadas, todas as reservas hídricas superficiais estaduais, resultam em 1.014.240.604 de metros cúbicos de água, o que corresponde a 22,99%, do total máximo que consegue acumular. Para efeito de comparação, no último relatório, divulgado no início de novembro, as reservas superficiais totais acumulavam 24,41% da sua capacidade.

A Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, maior do Estado, está  com 526,297 milhões de metros cúbicos armazenados, ou seja, 21,93% da sua capacidade. Em 6 de novembro ela estava com 558,318 milhões de metros cúbicos, que representavam 23,26% da capacidade total do reservatório.

Entre os reservatórios considerados em volume morto estão: Bonito II, com apenas 1,34%, da sua capacidade total; Pilões, com 2,98%, do seu volume total; Itans, com 3,05%, da capacidade; Zangalheiras, com 1,71% do total que consegue acumular; e Esguicho, com 0,21% da capacidade. Já os totalmente secos são: Cruzeta, na cidade de mesmo nome; Dourado, em Currais Novos; Inharé, em Santa Cruz; Trairi, em Tangará; Japi II, em São José do Campestre; Marechal Dutra, popularmente conhecido como Gargalheiras, em Acarí; Santa Cruz do Trairi, em Santa Cruz e Santana, em Rafael Fernandes.

Fonte: Tribuna do Norte

Imagem: reprodução

Sair da versão mobile